quinta-feira, 27 de setembro de 2012
O Sofrimento como uma benção de Deus
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Edificarei a minha Igreja
Edificarei a minha Igreja
Mateus 16:13-20
Introdução
Corria célere a fama de Jesus. No capítulo anterior, Jesus havia realizado muitos milagres (Mt 15:29-31) e também multiplicado pães e peixes. Diante de tantos sinais, havia uma certeza que pairava sobre todos: Jesus não era um homem comum! Embora houvesse essa certeza, sobravam muitas dúvidas. Mas, afinal, quem era esse nazareno que fazia paralíticos andar? Quem era esse homem que devolvia vistas aos cegos, libertava endemoninhados e era capaz de alimentar uma multidão com apenas cinco pães e dois peixes? Quem é esse que até o vento e o mar lhe obedecem? (Mt 8:27).
Diante de tantos questionamentos, começaram a acontecer as especulações (Mt 16:14). E, no texto que agora lemos, encontramos as principais ideias que o povo tinha acerca da identidade de Jesus. Toda essa caixa de diálogo que se abre entre os versos 13 a 20 se desencadeia a partir de uma pergunta de Jesus: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? (v. 13).
Aplicação: Em outras palavras, o que as pessoas estão dizendo a meu respeito? Quem é Jesus para você? Para muitas pessoas Jesus foi apenas um filósofo, um curandeiro, um homem simples que ensinava coisas sobre o amor. Alguém de um passado muito distante que disse e fez coisas importantes. Mas, e para você, quem é Jesus?
A resposta que os discípulos dão não é consensual. Eles afirmaram que o povo tinha diferentes concepções de quem era Jesus. O povo não tinha uma definição unânime. Os discípulos disseram a Cristo que o povo estava dividido em pelo menos 4 opiniões (Mt 16:14):
1 – João Batista. O próprio Herodes disseminou essa teoria (Mt 14:1-2). Uma teoria baseada numa heresia. Hoje nós conhecemos esse postulado como Reencarnação, mas na época de Cristo, falava-se em transmigração da alma.
2 – Elias. Esse era o grupo mais conservador, pois o profeta Malaquias havia profetizado que a vinda do Messias seria precedida pelo profeta Elias (Ml 4:5). Contudo, atribuir o cumprimento desse texto a Jesus era cometer um grave erro de interpretação, pois Jesus mesmo já havia declarado que o cumprimento dessa profecia se deu em João Batista (Mt 17:9-13).
3 – Jeremias. Esse era o grupo supersticioso. No período interbíblico, mais precisamente durante a Revolta dos Macabeus, difundiu-se a crença popular que Jeremias teria aparecido a Judas Macabeus. Desde então, o povo nutriu a superstição que o profeta Jeremias era uma espécie de “Anjo da Guarda” da nação de Israel.
4 – Algum dos profetas. Esse era o grupo indeciso. Todos tinham uma opinião, mas esse grupo tinha a opinião de todos.
Essa “babel” representa exatamente a diversidade de nossos dias. Há aqueles que creem em heresias, mentiras inventadas por homens. Há aqueles mais conservadores que se fundamentam em interpretações equivocadas. Há aqueles mais supersticiosos. E há também aqueles que são indecisos. É importante ressaltar que essas eram as opiniões do povo.
No entanto, Jesus se volta para os seus discípulos e pergunta: Mas vós quem dizeis que eu sou? (v. 15). Essa pergunta que Jesus faz aos discípulos deseja suscitar uma confissão de fé. O discípulo verdadeiro de Cristo não permite que suas convicções sejam moldadas pela opinião pública. Na verdade, o Evangelho sempre caminhará na contramão do curso deste mundo. O crente deve estar desejoso se sempre pronto para defender a sua fé, mesmo que sua posição seja contrária à multidão.
Para responder a pergunta, apenas o apóstolo Pedro responde: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo (v. 16).
Contextualização
Os versículos a seguir constituem a espinha dorsal da igreja. Esse texto é um dos textos mais básicos da teologia cristã. Durante séculos. Essa passagem tem sido uma fonte de controvérsia entre a Igreja Católica Romana e a Igreja Protestante. Isso se deve porque os romanistas consideram essa passagem como a Carta Magna do papado. A doutrina do papado é o fundamento sobre o qual toda a teologia católica se ergue.
E por que estudar um texto tão polêmico como esse no Aniversário da Igreja? A razão é simples: nossas ações são determinadas por nossas convicções. Aquilo que cremos determina aquilo que fazemos. Só podemos viver a verdade se, de fato, conhecermos a verdade. E, se tivermos uma compreensão correta das Escrituras, especialmente desse texto, seremos uma Igreja mais forte e um povo mais apaixonado por Deus e por sua bendita Palavra.
Então, vamos orar, para que a luz do Evangelho resplandeça sobre esse lugar e o Espírito Santo ilumine nosso coração para compreensão destas verdades. Oremos...
I – A Igreja nasce da revelação de Deus (v. 17)
“Aqueles que desejam construir a Igreja pela rejeição da Bíblia constroem um chiqueiro e não a Igreja de Deus” (João Calvino).
Essa expressão “carne e sangue” era frequentemente usada pelos rabinos para indicar a natureza e posição do homem em contraste com Deus. Champlin afirma que o esforço, a inteligência e a natureza humana não podem alcançar o conhecimento das verdades mais elevadas.
Muitas pessoas estão em busca de Deus. Uma pesquisa realizada no Brasil e divulgada recentemente pela revista Carta Capital apontou que 96% da população brasileira acredita na existência de Deus. Vivemos num país mergulhado na religiosidade. Mas, biblicamente, o homem não consegue chegar a Deus. Jesus afirmou “Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai; ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar” (Mateus 11:27).
II – A Igreja pertence a Cristo (v. 18)
Jesus disse: “Edificarei a minha igreja”.
A Igreja tem um dono: Jesus. Deus não divide a sua glória com ninguém. O profeta Isaías exclamou: “Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não darei a outrem” (Is 42:8).
Nós vivemos dias onde a igreja tornou-se propriedade dos seus líderes. É escandalosa a forma como o ministério tornou-se uma dinastia. O pai passa o poder para o filho ou para alguém do seu sangue. Isso, antes de ser uma contradição, é uma prática infernal e demoníaca! Hoje abaixo do nome da Igreja vem o nome do pastor: Igreja tal..., ministério pastor “x”. Essa é uma prática antibíblica.
As Escrituras dizem que a Igreja do primeiro século virou o mundo de cabeça para baixo (At. 17:6). Em nossa geração, o mundo é que está virando a Igreja de cabeça para baixo.
O apóstolo Paulo tratou dessa forma os pastores de Éfeso: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a Igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (At 20:28).
III – A Igreja está fundamentada em Cristo (v. 18)
O versículo 18 é o que poderíamos chamar de o olho do furacão na controvérsia católica-protestante. Se você for à basílica de São Pedro (principal templo religioso da igreja católica), situada em Roma, no Vaticano, você vai ter uma impressão de como o catolicismo romano se estrutura fundamentalmente na doutrina do papado. É um templo de 23 mil metros quadrados, com 340 estátuas de santos. Foram necessários 20 anos para construir esse templo, cuja pujança e ostentação denunciam a riqueza do maior império da Terra – a Igreja Romana. Segunda a tradição católica o altar da basílica foi construída sob o túmulo de Pedro.
Na parte interior do templo, mais precisamente na abóboda da nave do templo, estão escritas as seguintes palavras em letras douradas: Sobre esta pedra edificarei a minha igreja.
Isso se deve porque a Igreja Romana crê e ensina que quando Pedro fez sua confissão, ele teve primazia frente aos demais apóstolos. Surge então a Doutrina do Primado de Pedro, sendo, portanto, o primeiro papa na sucessão papal. Entretanto, essa doutrina e, por conseguinte, toda doutrina católica se estrutura numa compreensão equivocada da Escritura. Senão, vejamos:
1. No grego, há um jogo de palavras, uma espécie de trocadilho.
2. O nome Pedro (Cefas) significa pedra.
3. O texto bíblico foi escrito em grego. E, no grego, Mateus usa a palavra Petros para se referir a Pedro. A palavra Petros significa “pedrinha” ou “fragmento de rocha”.
4. A segunda palavra usada por Cristo é Petra. Essa palavra sim significa “rocha”. Uma rocha usualmente utilizada no mundo antigo para fazer fundação.
5. O texto é assim: “Cefas, tu é Petros, mas sobre esta Petra...”. John MacArthur Jr diz que essa seria a melhor tradução: “Pedro, você é uma pequena pedra, mas eu edificarei a minha igreja na rocha sólida da verdade que você acabou de confessar”.
6. A Igreja não está fundamentada num homem, mas na confissão de uma verdade. Qual verdade? Jesus é o Cristo!
“Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (I Co 3:11).
“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Ef. 2:20).
“A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular” (Mt. 21:42).
“Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo. Pois isso está na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será, de modo algum, envergonhado” (I Pe 2:4-6).
IV – A Igreja é Vitoriosa (v. 18).
A palavra traduzida como inferno é Hades, uma referência grega ao deus que tinha autoridade sobre o mundo dos mortos. E quando Cristo diz “as portas do Hades”, ele faz menção à corte, ao próprio trono de Satanás. Não há nada que possa conter o avanço da Igreja, nem mesmo o diabo. A Igreja é invencível, é indestrutível.
A Igreja sempre teve seus inimigos. Herodes, Nero, Domiciano e tantos outros. Onde estão os homens que desafiaram a Igreja? Apresentem-se. Onde está Stalin e Lenin que tentaram varrer o cristianismo com a ascensão do comunismo? Onde está Mao Tse Tung que perseguiu a igreja de Jesus na China?
Todos esses homens estão mortos! E onde está a Igreja? A Igreja está de pé! A Igreja está viva, marchando triunfantemente!
Ilustração: Voltaire, ateu, filósofo francês, foi o pior inimigo da Igreja durante o Iluminismo. Ele escreveu muitos livros e artigos atacando a Igreja. Ele tinha uma imprensa em sua casa e usou essa imprensa a todo vapor para produzir todo tipo de literatura cujo objetivo era minar e enfraquecer a Igreja de Cristo. Ele disse: “cem anos após a minha morte, o mundo acordará, e o cristianismo será apenas poeira”. 100 anos após a sua morte, sua imprensa foi comprada pela Igreja e foi impresso 1 milhão de Novos Testamentos.
Atualmente, o inimigo declarou guerra porque ele sabe que o seu tempo está acabando.
V – A Autoridade da Igreja (v. 19).
Para afastar de vez a ideia de que Pedro tem as chaves que abre as portas do céu para os homens, vejamos o texto de Mateus 18:18-20. Nesse texto, as chaves do Reino de Deus foram entregues não apenas a Pedro, mas aos demais discípulos.
Conclusão
Estamos trabalhando na obra mais nobre desta terra. Você não pertence a um clube ou associação. Você faz parte da Igreja. O povo mais feliz da terra. O povo que vai morar no céu.
No céu não cometeremos pecado e, portanto, não teremos a necessidade de nos arrepender. Mas Charles Haddon Spurgeon disse que muitos cristãos ao chegarem no céu irão ter um sentimento de arrependimento. Ele disse: “Muitos dirão naquele dia: eu deveria ter me dedicado mais a Cristo, deveria ter trabalhado mais em sua obra, deveria ter gastado todas as minhas energias e meus recursos para promover a glória de Deus!”.
Calvino disse: “Se nós não preferirmos a Igreja a todos outros propósitos de nosso interesse, não somos dignos de ser contados entre seus membros” .
Rev. Daniel Sampaio Mota
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Os dois princípios
Gn 1:1 e Jo 1:1
A sua história não começa com o seu nascimento. A sua história começou antes que você nascesse. Antes mesmo que seus pais ou seus avós viessem ao mundo. Existe um livro que é a sua biografia, cujo nome é Bíblia Sagrada. A Bíblia foi escrita para dar ao homem a razão de sua existência. Ela explica a origem de todas as coisas. Por isso, sua história começa em Gênesis 1:1, que diz: “No princípio, criou Deus os céus e a terra”.
Deus criou um mundo perfeito, um homem perfeito e o colocou num jardim perfeito que se chamava jardim do Éden. Nesse lugar o homem desfrutava de plena comunhão com Deus. O homem não adoecia nem morria. Sem sombra de dúvidas, o homem estava no melhor lugar do mundo. Entretanto a Escritura nos afirma que a desobediência trouxe desdobramentos terríveis para a humanidade. Como consequência da queda, o pecado entrou na raça humana e causou estragos desastrosos. Veja abaixo os principais estragos que o pecado trouxe ao homem:
1 – Separação entre o homem e Deus (Gn 3:24)
2 – O homem passou a experimentar a morte física e espiritual (Gn 2:17)
3 – A própria natureza foi abalada (Gn 3:17)
4 – As relações humanas foram afetadas (Gn 3:16)
Sendo assim, com a entrada do pecado na criação de Deus, o homem que havia sido criado perfeito e santo, tornou-se um pecador injusto. O homem que havia sido criado para viver eternamente experimentou a morte. O homem que foi criado para ter comunhão com o Eterno, tornou-se inimigo de Deus, passou a mentir, matar, roubar e destruir a própria criação. O homem que foi criado para ser livre tornou-se escravo. Depois da queda, a Bíblia traz o versículo mais triste já registrado nas páginas das Escrituras: “Deus expulsou o homem do jardim” (Gn 3:24).
Expulso de casa, o homem passou a vagar. Longe do seu lar, longe do seu Pai, afastado dos caminhos de Deus, sem vida, sem paz e sem alegria. O homem ficou completamente perdido. Foi isso o que aconteceu “No princípio”. O princípio da história do homem não foi muito feliz.
Mas a sua história não termina aqui. Deus decidiu reescrever um novo capítulo da sua vida. Assim como o Velho Testamento começa com a expressão “No princípio” , o Novo Testamento também começa da mesma forma. O apóstolo João inicia seu evangelho da seguinte forma: “No princípio era o Verbo” (Jo 1:1). Em Gênesis a história começa com a criação do homem. Em João o recomeço acontece a partir do Filho do Homem. O evangelista João afirma “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1:14).
Desta forma, assim como a queda do homem trouxe estragos terríveis para a humanidade, a vinda do Filho de Deus restaurou o projeto do Eterno. No Novo Testamento nós encontramos a história sendo reescrita por Deus, pois Ele envia seu Filho, seu único Filho, para reconciliar o homem com Deus. Os benefícios advindos da vida e morte de Jesus Cristo aniquilaram completamente as consequências do pecado sobre o homem. Sendo assim, biblicamente, podemos afirmar que:
1 – Em Cristo, a barreira da separação existente entre o homem e Deus é removida (Mt 27:51);
2 – Em Cristo, o homem tem direito à vida eterna (Jo 11:25);
3 – Em Cristo, a própria natureza será redimida (Rm 8:21);
4 – Em Cristo, os relacionamentos humanos são restaurados (Jo 15:17).
A obra de Cristo nos ensina que Deus deseja reescrever um novo capítulo da história da nossa vida. E a nossa nova história começa com Jesus. Santo Agostinho tem uma frase célebre, onde afirma: “Criaste-nos para Vós, e a nossa alma vive inquieta enquanto não repousa em vós”. Sua vida apenas será vida com o Autor da vida!
Rev. Daniel Sampaio Mota
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Educando filhos à maneira de Deus
Introdução
1 – Os filhos devem ser educados segundo a Palavra de Deus
2 – Os filhos devem ser educados com tempo e ternura
Aqui reside outro perigo dos nossos dias. Muitos pais não têm mais tempo para seus filhos. Por isso, substituem presença por presentes. Há pais capazes de gastar duzentos reais num brinquedo para o filho, mas é incapaz de gastar vinte minutos lhe dando atenção. Não existe nada nesse mundo que possa compensar a ausência do amor que só um pai pode dar.
“O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina” (Pv 13:24). “Castiga o teu filho, enquanto há esperança...” (Pv 19:18). “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” (Pv 22:15). ‘Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a avara, não morrerá. Tua a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno” (Pv 23:13-14). “Corrige o teu filho, e te dará descanso, dará delícias à tua alma” (Pv 29:17).
Há um texto emblemático no livro de Provérbios, que diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22:6). Esse versículo traz um mandamento acompanhado de uma promessa. Contudo, há um detalhe que deve ser mencionado. O texto não diz que devemos ensinar “o” caminho, mas, antes, ensinar “no” caminho. Essa é uma diferença essencial que devemos observar caso queiramos compreender verdadeiramente o sentido do texto. Ensinar “o” caminho indica apenas mostrar o caminho. No entanto, ensinar “no” caminho significa ensinar enquanto se caminha junto.
Rev. Daniel Sampaio Mota
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
As eleições e a parábola de Jotão
“Foram, certa vez, as árvores ungir para si um rei e disseram à oliveira: Reina sobre nós. Porém a oliveira lhes respondeu: Deixaria eu o meu óleo, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores? Então, disseram as árvores à figueira: Vem tu e reina sobre nós. Porém a figueira lhes respondeu: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto e iria pairar sobre as árvores? Então, disseram as árvores à videira: Vem tu e reina sobre nós. Porém a videira lhes respondeu: Deixaria eu o meu vinho, que agrada a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores? Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu e reina sobre nós. Respondeu o espinheiro às árvores: Se, deveras, me ungis rei sobre vós, vinde e refugiai-vos debaixo de minha sombra; mas, se não, saia do espinheiro fogo que consuma os cedros do Líbano” (Jz 9:8-15).
O Brasil está às vésperas de uma eleição. Houve uma época em que os governantes eram impostos ao povo e sua forma de governo era baseada em modelos totalitários e opressores. Entretanto, a democracia deu ao povo a oportunidade de participar diretamente do pleito. Hoje, elegemos nossos pares, pois a Constituição assegura que todos são iguais perante a lei, não havendo distinção de cor, sexo ou religião. Dessa forma, os eleitores tornam-se co-responsáveis pela política, pois cabe à população dizer sim ou não às propostas de cada candidato. No próximo domingo, todos os cidadãos, ricos e pobres, brancos e negros, cristãos e ateus, irão às urnas para eleger candidatos que vão dirigir os rumos da nossa nação.
Exatamente nesse contexto cabe uma reflexão sobre a Parábola de Jotão (Jz 9:8-15). Sobre esse texto, o Pr. Paschoal Piragine Jr. faz a seguinte declaração: “A parábola de Jotão apresenta lições importantes sobre nossa missão no contexto político. Depois de Abimeleque ter assassinado seus 69 irmãos, os habitantes de Siquém decidem proclamar o fratricida seu rei. Jotão foi o único filho de Gideão a escapar com vida. É justamente durante a cerimônia de coroação que Jotão profere essa parábola profética contra o irmão e o povo, que além de patrocinar o mal exaltava-o publicamente”[1]. Diante dessa parábola, quero convidar você a refletir sobre a realidade política em que o Brasil atravessa, tirando conclusões e assumindo novas posturas diante do pleito que se aproxima.
I – Quando os bons se omitem, os maus assumem o poder. A parábola afirma que inúmeras árvores foram cogitadas para reinar, sendo a oliveira, a figueira e a videira. Contudo, nenhuma delas quis assumir essa responsabilidade. Diante disso, não havia outra saída senão convidar o espinheiro para exercer tal função. Essa parábola ilustra que a presença de um mau governo se deve em função da omissão daqueles que poderiam fazer um bom governo. O padre Antônio Vieira afirma que a omissão é o pecado que se faz não fazendo. O apóstolo Tiago registra em sua carta: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando” (Tg 4:17). Martin Luther King Jr., pastor batista que lutou contra o racismo norte-americano, bradou: “O que me impressiona não é o grito dos tiranos, mas o silêncio dos justos”. O Brasil tem sido governado por espinheiros porque as oliveiras, as figueiras e as videiras estão se omitindo. Eis o motivo pelo qual a nação padece diante da gestão de pessoas inescrupulosas que estão interessadas unicamente no benefício próprio. Ética e moral são conceitos desconhecidos pela maioria de nossos parlamentares. Como bem disse Robinson Cavalcanti: “A maior crise que o país está vivendo não é econômica ou social, mas uma crise moral”[2]. A Bíblia está repleta de exemplos que reis e príncipes que conduziram a nação de Israel à apostasia. Há uma máxima popular que é verdadeira: o povo é o reflexo de sua liderança. Muitos cristãos estão à margem dos acontecimentos, alienados ao processo eleitoral. A Igreja brasileira, que deveria ser uma voz profética para bradar contra a impiedade de nossos governantes espinheiros, tem se prostituído com esse sistema corrupto. Muitos púlpitos são transformados em verdadeiros palanques eleitorais onde candidatos profanos sobem ao altar de Deus para manipular um rebanho que se tornou massa de manobra. A igreja brasileira não deve apenas orar, mas, sobretudo, ser uma Igreja consciente! Se há um dom que carecemos na atualidade é o dom do discernimento. Precisamos que homens e mulheres vocacionados por Deus se levantem para lutar pelos valores e princípios que a nação tem perdido. Nós podemos ser as árvores frondosas de que o país precisa. Não podemos omitir-nos nem achar que todos os que exercem a política são espinhos! Se os espinhos estão lá é porque as árvores se furtaram do seu papel![3]
II – Para servir é preciso sacrificar-se; para ser servido é preciso sacrificar os outros. Eis o motivo pelo qual muitos não querem servir nem se transformar em benção na vida dos outros. Perceba que oliveira disse: “Deixaria eu o meu óleo, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores?” (v. 9). Da mesma forma, a figueira se esquivou: “Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto e iria pairar sobre as árvores?” (v. 11). Semelhantemente, a videira apresentou sua justificativa: “Deixaria eu o meu vinho, que agrada a Deus e aos homens e iria pairar sobre vós” (v. 13). Como se pode observar, o serviço exige abnegação e sacrifício, qualidades que nem todos estão dispostos a buscar. As pessoas não estão interessadas em sair da sua zona de conforto para se envolver nos problemas dos outros. Então, houve uma inversão abrupta da função pública, pois aqueles que deveriam se valer do cargo para servir os outros, utilizam o posto e suas prerrogativas para benefício próprio, em detrimento da opressão de seus súditos. De acordo com a parábola, o rei deveria pairar sobre as demais árvores, dando proteção e sombra a elas. A função do rei seria servir as demais árvores. Contudo, ao ser empossado rei, o espinheiro disse: “Vinde e refugiai-vos debaixo de minha sombra; mas, se não, saia do espinheiro fogo que consuma os cedros do Líbano” (v. 15). Ou seja, aquele que deveria ser um instrumento de benção, torna-se uma maldição. O espinheiro subjugou as demais árvores e passou a oprimi-las. Essa história é um retrato contemporâneo da política no Brasil. Basta ver e ouvir as propostas na propaganda eleitoral para vislumbrar que aquilo que se propõe é bem diferente da prática. Inclusive candidatos que se autodenominam evangélicos são flagrados em escândalos que envergonham o Evangelho de Cristo.
Sendo assim, quero alertar você para duas atitudes que você deve assumir com relação às eleições do próximo domingo.
Primeira Atitude: Ore! O apóstolo Paulo fez a seguinte exortação ao seu filho na fé, Timóteo: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda a piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador.” (I Tm 2:1-3).
"Não havendo sábia direção, cai o povo..." (Pv. 11:14).
Rev. Daniel Sampaio Mota
terça-feira, 6 de abril de 2010
O homem que escapou da cruz
Mateus 27:11-26
Introdução
• 3 julgamentos religiosos:
- Na casa de Anás (ex-sumo sacerdote);
- Na casa de Caifás (sumo sacerdote em exercício);
- No Sinédrio (Conselho de Anciãos – composto por 70 homens).
• 3 julgamentos civis:
- Diante de Pilatos;
- Diante de Herodes;
- Diante de Pilatos.
Diante disso, podemos questionar: Por que esse homem escapou da cruz?
I – Porque Jesus tomou o seu lugar (v. 17).
Barrabás estava no corredor da morte, esperando apenas a execução da sua sentença. Portanto, Barrabás sabia que a cruz do meio era para ele. Aqueles cravos eram para ele. Aquele sofrimento estava reservado para ele.
II – A morte de Jesus garantiu a sua liberdade (v. 26)
Conclusão
1 – os romanos;
2 – os judeus;
3 – a multidão insensata;
4 – os líderes judaicos que manipularam a multidão;
5 – Pilatos.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Um Evangelho para todos
Lucas 18:35-43; 19:1-10
1 – Ambos, independentemente de sua condição, carecem de Deus (18:38; 19:4).
A Bíblia confirma que Bartimeu se utilizava de uma capa no seu trabalho de mendicância. Os biblistas afirmam que aquela capa lhe fora dada pelas autoridades romanas e funcionava como uma espécie de licença para esmolar. Em outras palavras, Bartimeu é um pedinte regulamentado pelo Estado – uma política social sectária. Por outro lado, Zaqueu era maioral dos publicanos. Colhia os dividendos da injustiça social. Sua riqueza era sustentada a partir da pobreza de outros.
Todos Necessitam da graça de Deus. Se você é rico, está perdido! Se você é pobre, está perdido! Alguém já disse que existe um lugar onde somos todos iguais: no caixão. A morte é implacável e não respeita condição social. Absolutamente todos terão que enfrentá-la e, portanto, carecemos da graça de Deus.
2 – Ambos recebem de Jesus a mesma atenção (18:40; 19:5)
Vivemos em uma sociedade onde você vale aquilo que você tem. Você vale o carro que possui. A maneira como você se veste determinará a maneira como as pessoas tratarão você. Entretanto, esse não é o tratamento que Jesus dava às pessoas. A mesma atenção dada ao rico foi dada ao pobre. Jesus não tem predileções. O tratamento de Deus é igual para todos. Nos dois casos, Jesus está caminhando com uma multidão de discípulos. E, em ambos os casos, Jesus pára para atender os dois homens.
3 – Ambos são curados (18:41,42; 19:8)
Bartimeu é curado de uma enfermidade física – cegueira.
Zaqueu é curado de uma enfermidade espiritual – avareza.
4 – Ambos são salvos (18:43; 19:9)
CONCLUSÃO